sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Entre o céu e o inferno

Voltei da Itália, fui trabalhar insanamente e agora faço o TCC insanamente. Chego a 40% da missão concluida. Estou cansada, mas está sendo prazeiroso. Tudo está consipirando a favor. E falando em Paulo Coelho e pausa para o café, resolvi seguir a sugestão do amigo do Seixas e elencar (vou me limitar a 7 coisas), o que é o CÉU e o que é o INFERNO, para mim. Vamos lá.

CÉEEEEEEEU
... relacionar coisas de um jeito criativo
... perceber que estou usando os sentidos
... ver uma obra de arte que esteja dentro do meu repertorio cultural.
... dançar
... rir com os amigos
... rir dos amigos
... encontrar a plenitude entrando na vida de outra pessoa

INFEEEEEEEEERNO
... ter dúvidas e não saber como responde-las
... sentir medo dos outros
... não ter como sair de um lugar e ir para outro
... não olhar nos olhos
... ser indiferente consigo e com os outros.
... não refletir sobre o que faz ou deixa de fazer
... nunca pensar em como melhorar sua vida

E para você, o que é o céu e o inferno?
Nos vemos em breve, em algum dos dois lugares.

sábado, 4 de julho de 2009

Piano si va lontano

Devagar se vai ao longe, já dizia o ditado. Agora estou no fim dos meus 5 meses de Itália, já vendo tudo como uma experiencia inacreditavelmente inacreditavel. Não porque visitei muuuuuitos lugares, não porque fiz muuuuuitos amigos, mas porque o que fiz foi significativo e substancioso. Como a dieta mediterrânea, melhor comer coisa boa (um pouco de tudo) do que um monte de tentadoras frituras. (tá, foi bobo). A melhor coisa da Itália é realmente a alimentação. Por isso gosto de visitar os supermercados quando viajo. Na Espanha, era meio triste, só gostei da abundancia dos funghi. Já na França era otimo os frigorificos cheios de milhares de queijos, um melhor que o outro. Foi lá que conheci o Brie. Mas na Itália é que temos a melhor diversidade e qualidade. Coisas artesanais, da agricultura biologica, variedade de coisas boas. As coisas gordurosas extremamente açucaradas, são das multinacionais, como a Nestlé - sistematicamente boicotada pela Irene porque essa empresa fez mães africanas trocarem o leite materno pelo Ninho. Bem, enfim, explico um pouco mais sobre a dieta mediterrânea.
mas não hoje, porque eu tenho que digerir um animal marinho nesse momento.

sorte que temos o Limoncello.

domingo, 14 de junho de 2009

La via del campo

Antes de tudo, Genova. Existe um compositor, um trovador, que morreu há 10 anos. Se chamava Fabrizio De André, e era genovês. Numa comparação porca, ele era o Chico Buarque dos italianos: falou sobre ditadura, amor, guerra, morte. Criou personagens baseado na astrologia e no tarot. Suas canções são contos, como os de Renato Russo. Mas enfim, fui a uma exposição muito bem produzida (mas com falhas de curiadoria), com vários recursos interativos e multimidiaticos, contado sua longa tragetória. Ele cantou em italiano, genovês, espanhol, romeno e até um pouco de portugues (na música Princesa, que fala de um transexual brasileiro), sempre com letras bem poéticas, trabalhadas.


Baseado em tudo que vi de De André escrevi esse mini-conto, sobre uma famosa rua de Genova, que ficou conhecida devido à uma musica dele.

"Um dia acordou e percebeu que estava dormindo. Era a via del campo e ninguém se apresentou para explicar a origem do mundo. O chão molhado, refletia o único raio de sol da manhã a penetrar naquelas vielas mal-encaminhadas.

Num continuum alucinante uma máquina se aproxima. Ela varre tudo e todos, passando pelo pé de quem pensava em ser feliz. As bitucas de cigarros e as flores murchas e decompostas são espalhadas, depois de trituradas pelo mecanismo.

A via del campo leva ao beco da impossível saída. E a curiosidade o fez entrar, pensava não ter nada a perder e resolveu que já era hora. Às sete da manhã, após uma noite de luxúrias e maledicências, foi varrido do mundo. As rosas continuaram a ser vendidas. (Sempre as mesmas.)"

Bem, a via del campo em Genova é conhecida como a das prostitutas, dos seres noturnos, das pessoas esquecidas. Eu só entro nela de dia, acompanhada e a passos largos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

il giorno dopo


Faz quase 2 meses que não escrevo. Engraçado que foi justamente quando comecei a viajar, planejar e concretizar as viagens. Claro, tive momentos de completo tédio, mas neles, eu não conseguia postar. Agora o sino toca sete vezes. E hoje é o dia depois.

No proximo post começo o riepilogo (adoro essa palavra) de abril até hoje. Muita coisa terá sido esquecida, mas pelo menos o melhor vai ficar e eu vou dividir com vcs.

Para esquentar, uma foto que ilustra bem esses últimos dias: eu e meu namorado em Roma, com o antigo condominio fechado dos imperadores e da aristocracia romana... o Palatino atrás de nós.

Não sei dizer o que é mais inacreditável... Nós dois juntos? O Palatino? Ou tudo isso na mesma hora e lugar?

terça-feira, 14 de abril de 2009

Martirio tormento d´amore....



Lembram-se dessa musica? Cantada pela Charlotte Church e o Agnaldo Rayol? Era a trilha sonora de TERRA NOSTRA, a novela do Matteo e da Giuliana. Me perguntava, quantos rebentos não nasceram em meados de 1996 (chute) com esse nome. O fato é que Terra Nostra passa na Itália, dublado em italiano e hoje tive o prazer de ver algumas cenas. Logico que me identifico, não com a trama, mas com os italianos que emigraram. A italia é um pais de emigrados.

Fui na lanterna, o farol de Genova. É tipo o Cristo Redentor do Rio de Janeiro: se pode ver por todos os lados, parecendo nos guiar. O fato que une a visita a lanterna ao Terra Nostra, é que simplesmente, tem um museu sobre a história de Genova e do farol. Dentro dele, vemos vários videos sobre os doces genoveses, sobre o porto, o centro histórico (atual lugar de pegação), e enfim, sobre a emigração. Fugindo de N motivos, os italianos vieram pra Mérica (porque eles achavam que o A de América era artigo definido!) fizeram fortuna, abriram bancos (o bank of america foi fundado por um genovês), cultivaram vinhos na região de Mendoza na argentina... e nunca mais voltaram. Os que voltavam se diziam ricos e os que ficaram também! Mas a verdade é que quem voltou e quem ficou tinha ido à falência. Muitas histórias, de sofrimento, reconstrução e destruição de familias... é um movimento muito interessante o da diáspora. Lendo o excelente livro que o Marcel me regalou pra essa viagem (A cabeça do italiano, do jornalista Beppe Servignini), descobri que as familias que emigraram pra Nova Iorque abriram restaurantes e cozinhavam a melhor gastronomia que conheciam: a do dia-a-dia, a comida da vovó. Essa culinária caseira italiana conquistou os americanos e assim, a gastronomia italiana surgiu, fazendo contraste a alta gastronomia francesa.

(abre parentesis)
Fiquei muito tempo sem postar porque estava com preguiça, e isso é terrivel. Mas pra tudo o que a gente faz, além da vontade e da inspiração, já dizia Einstein, tem muito mais é de ralação. E cá estou eu, ralando. Retomando os caminhos que planejei pra mim e encontrando novos, como deve ser o ciclo natural das coisas.
(fecha parentesis)

Hoje foi o primeiro dia pós-pascoa, início da ralação. Eu fiquei o dia inteiro escrevendo um trabalho final para Geopolítica e Geoinformação. Vou falar sobre como nós, paulistanos, vivemos em uma cidade que é tão grande fisicamente e culturalmente, que só nos identificamos com a cidade quando passa noticia sobre o transito. Ainda não terminei muito bem, mas achei coisas muito interessantes na internet, sobre geoprocessamente e sobre urbanismo. Resolvi falar sobre isso porque é o fator mais relevante no convivio que eu tenho com a cidade. Ou tinha, porque me recuso a viver de novo, indo e voltando com uma turba de pessoas estressadas, durante 4 horas diarias. Não aceito. Moro debaixo da ponte, contanto que eu possa ir e vir a pé.

Desde terça até domingo de pascoa, fiquei na casa da Irene, em Lodi.
Sintam a diferença: você acorda e não sabe que hora do dia é, porque não ouve um ruído sequer (nem de cães, nem de carros)... se sente restaurado e em paz. Toma um café expresso, feito por uma excelente maquina, na qual pagou por volta de 200 euros (e que no Brasil custa no minimo 900). Poe a roupa e sai pedalando até o destino final, que pode ser a piscina publica da cidade. No caminho encontra toda a cidade também pedalando. Todo mundo nas ciclovias, desenhadas sobre as calçadas, nada muito sofisticado e nenhuma obra do paulo maluf. A tarde chama as amigas e vai na praça-parque recém-inaugurada fazer um picnic. Compra um kebab com coca-cola e come um ovo de pascoa feito vendido pela loja de produtos equo-solidarios. O chocolate vem da republica dominicana, o açucar do Haiti. A noite vai num pub pseudo-irlandes onde toda a galera vai (só tem duas opções consideráveis de bares na região). Toma uma boa breja italiana, chamada Menabrea. Conversa e fala sobre a vida dos outros. Causos e mais causos. Depois volta na garupa da bicicleta da sua amiga. Toma um bom banho, um bom vinho... e vai dormir.

Oh! Beleza, fiz isso 4 dias. O outro fui pra Milão. E por fim, o inesquecível domingo de Páscoa.

Mas o que vocês achariam de simplesmente FAZER TUDO EM BIKE? Compras, passeios, ir até a estação de trem/metrô?
Um detalhe: numa cidade pacata como Lodi, já roubaram a bicicleta da Irene 3 vezes.

Olha, eu não consigo, mesmo, imaginar minha mãe saindo de bike por ai.

terça-feira, 7 de abril de 2009

por onde andei...

...e o que vi de interessante, você pode conferir clicando nesses slides ai do lado. Abrirá a minha página do picasaweb, com as melhores fotos de Genova. Não são todas. São só as melhores. E muitas delas com legendas! Veja, e se quiser, comente!
Um grande beijo pra Paula! ;)

girando a chave da partida

Faz já um tempo que não escrevo, estou variando entre muitas aulas e aula nenhuma. Aqui é comum fazer prova oral da leitura de livros ou das anotações em aula (muita gente vende as anotações por 10 euros). Isso acontece porque não há interação entre professor e aluno, as meninas estavam me explicando. Eles falam e nós escutamos. Ai temos 4 chances de passarmos ou melhorarmos nossa nota no exame oral. É isso ai, tenho umas 3 ou 4 provas orais até junho. Enquanto isso, eu vou andando por ai. Essa foto é da festa final de Laurea da Giulia (que está me abraçando) e da Chiara que está toda de preto e não é loira. Foi bem legal, elas alugaram uma sala num barzinho aqui, tinha um DJ ruim e umas bebidas de graça terrivel. Mas a gente se divertiu bastante, eu conheci os amigos de todo mundo. E eu era a brasileira, em todas as apresentações. Bem, essa semana é pascoa, eu já ganhei ovo de chocolate da Livia (a loira) e vou passar 6 dias na casa da Irene (a de vestido bolinha), que fica em Lodi, pertissimo de Milão. Então vou pra cidade da moda pelo menos 2 dias inteiros, e fico em Lodi para a Pascoa com a família da Ire. Volto na segunda que vem, estudo pra caramba, e na outra semana vou pra Barcelona, visitar a Larissa, e dou um pulo em Lyon, pra visitar a Lilia e a Ana Isabel. Volto pra cá 29 de abril. To super feliz, espero que dê tudo certo.

Sobre o terremoto, perguntei pras meninas, acontece um forte um vez em 10 anos... e mesmo com tecnologia e tudo, vocês viram que o cara que queria alertar foi denunciado por causar panico desnecessário? Uma piada...
Enfim, estou longe demais para sentir qualquer coisa, mas já me disseram que se acontecer é melhor ficar nos cantos. Parece bizarro, mas quanta coisa você não sabe sobre como se prevenir de raios?

Bem, pra terminar, quero informalos do meu outro blog, que não é só meu, mas também da Larissa e da Marina. Somos 3 designers, saimos de São Paulo e agora estamos em Genova, Barcelona e Paris, respectivamente.
visitem: www.treslados.wordpress.com

um grande beijo a todos: buon viaggio!!
Posted by Picasa