domingo, 14 de junho de 2009

La via del campo

Antes de tudo, Genova. Existe um compositor, um trovador, que morreu há 10 anos. Se chamava Fabrizio De André, e era genovês. Numa comparação porca, ele era o Chico Buarque dos italianos: falou sobre ditadura, amor, guerra, morte. Criou personagens baseado na astrologia e no tarot. Suas canções são contos, como os de Renato Russo. Mas enfim, fui a uma exposição muito bem produzida (mas com falhas de curiadoria), com vários recursos interativos e multimidiaticos, contado sua longa tragetória. Ele cantou em italiano, genovês, espanhol, romeno e até um pouco de portugues (na música Princesa, que fala de um transexual brasileiro), sempre com letras bem poéticas, trabalhadas.


Baseado em tudo que vi de De André escrevi esse mini-conto, sobre uma famosa rua de Genova, que ficou conhecida devido à uma musica dele.

"Um dia acordou e percebeu que estava dormindo. Era a via del campo e ninguém se apresentou para explicar a origem do mundo. O chão molhado, refletia o único raio de sol da manhã a penetrar naquelas vielas mal-encaminhadas.

Num continuum alucinante uma máquina se aproxima. Ela varre tudo e todos, passando pelo pé de quem pensava em ser feliz. As bitucas de cigarros e as flores murchas e decompostas são espalhadas, depois de trituradas pelo mecanismo.

A via del campo leva ao beco da impossível saída. E a curiosidade o fez entrar, pensava não ter nada a perder e resolveu que já era hora. Às sete da manhã, após uma noite de luxúrias e maledicências, foi varrido do mundo. As rosas continuaram a ser vendidas. (Sempre as mesmas.)"

Bem, a via del campo em Genova é conhecida como a das prostitutas, dos seres noturnos, das pessoas esquecidas. Eu só entro nela de dia, acompanhada e a passos largos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

il giorno dopo


Faz quase 2 meses que não escrevo. Engraçado que foi justamente quando comecei a viajar, planejar e concretizar as viagens. Claro, tive momentos de completo tédio, mas neles, eu não conseguia postar. Agora o sino toca sete vezes. E hoje é o dia depois.

No proximo post começo o riepilogo (adoro essa palavra) de abril até hoje. Muita coisa terá sido esquecida, mas pelo menos o melhor vai ficar e eu vou dividir com vcs.

Para esquentar, uma foto que ilustra bem esses últimos dias: eu e meu namorado em Roma, com o antigo condominio fechado dos imperadores e da aristocracia romana... o Palatino atrás de nós.

Não sei dizer o que é mais inacreditável... Nós dois juntos? O Palatino? Ou tudo isso na mesma hora e lugar?