terça-feira, 14 de abril de 2009

Martirio tormento d´amore....



Lembram-se dessa musica? Cantada pela Charlotte Church e o Agnaldo Rayol? Era a trilha sonora de TERRA NOSTRA, a novela do Matteo e da Giuliana. Me perguntava, quantos rebentos não nasceram em meados de 1996 (chute) com esse nome. O fato é que Terra Nostra passa na Itália, dublado em italiano e hoje tive o prazer de ver algumas cenas. Logico que me identifico, não com a trama, mas com os italianos que emigraram. A italia é um pais de emigrados.

Fui na lanterna, o farol de Genova. É tipo o Cristo Redentor do Rio de Janeiro: se pode ver por todos os lados, parecendo nos guiar. O fato que une a visita a lanterna ao Terra Nostra, é que simplesmente, tem um museu sobre a história de Genova e do farol. Dentro dele, vemos vários videos sobre os doces genoveses, sobre o porto, o centro histórico (atual lugar de pegação), e enfim, sobre a emigração. Fugindo de N motivos, os italianos vieram pra Mérica (porque eles achavam que o A de América era artigo definido!) fizeram fortuna, abriram bancos (o bank of america foi fundado por um genovês), cultivaram vinhos na região de Mendoza na argentina... e nunca mais voltaram. Os que voltavam se diziam ricos e os que ficaram também! Mas a verdade é que quem voltou e quem ficou tinha ido à falência. Muitas histórias, de sofrimento, reconstrução e destruição de familias... é um movimento muito interessante o da diáspora. Lendo o excelente livro que o Marcel me regalou pra essa viagem (A cabeça do italiano, do jornalista Beppe Servignini), descobri que as familias que emigraram pra Nova Iorque abriram restaurantes e cozinhavam a melhor gastronomia que conheciam: a do dia-a-dia, a comida da vovó. Essa culinária caseira italiana conquistou os americanos e assim, a gastronomia italiana surgiu, fazendo contraste a alta gastronomia francesa.

(abre parentesis)
Fiquei muito tempo sem postar porque estava com preguiça, e isso é terrivel. Mas pra tudo o que a gente faz, além da vontade e da inspiração, já dizia Einstein, tem muito mais é de ralação. E cá estou eu, ralando. Retomando os caminhos que planejei pra mim e encontrando novos, como deve ser o ciclo natural das coisas.
(fecha parentesis)

Hoje foi o primeiro dia pós-pascoa, início da ralação. Eu fiquei o dia inteiro escrevendo um trabalho final para Geopolítica e Geoinformação. Vou falar sobre como nós, paulistanos, vivemos em uma cidade que é tão grande fisicamente e culturalmente, que só nos identificamos com a cidade quando passa noticia sobre o transito. Ainda não terminei muito bem, mas achei coisas muito interessantes na internet, sobre geoprocessamente e sobre urbanismo. Resolvi falar sobre isso porque é o fator mais relevante no convivio que eu tenho com a cidade. Ou tinha, porque me recuso a viver de novo, indo e voltando com uma turba de pessoas estressadas, durante 4 horas diarias. Não aceito. Moro debaixo da ponte, contanto que eu possa ir e vir a pé.

Desde terça até domingo de pascoa, fiquei na casa da Irene, em Lodi.
Sintam a diferença: você acorda e não sabe que hora do dia é, porque não ouve um ruído sequer (nem de cães, nem de carros)... se sente restaurado e em paz. Toma um café expresso, feito por uma excelente maquina, na qual pagou por volta de 200 euros (e que no Brasil custa no minimo 900). Poe a roupa e sai pedalando até o destino final, que pode ser a piscina publica da cidade. No caminho encontra toda a cidade também pedalando. Todo mundo nas ciclovias, desenhadas sobre as calçadas, nada muito sofisticado e nenhuma obra do paulo maluf. A tarde chama as amigas e vai na praça-parque recém-inaugurada fazer um picnic. Compra um kebab com coca-cola e come um ovo de pascoa feito vendido pela loja de produtos equo-solidarios. O chocolate vem da republica dominicana, o açucar do Haiti. A noite vai num pub pseudo-irlandes onde toda a galera vai (só tem duas opções consideráveis de bares na região). Toma uma boa breja italiana, chamada Menabrea. Conversa e fala sobre a vida dos outros. Causos e mais causos. Depois volta na garupa da bicicleta da sua amiga. Toma um bom banho, um bom vinho... e vai dormir.

Oh! Beleza, fiz isso 4 dias. O outro fui pra Milão. E por fim, o inesquecível domingo de Páscoa.

Mas o que vocês achariam de simplesmente FAZER TUDO EM BIKE? Compras, passeios, ir até a estação de trem/metrô?
Um detalhe: numa cidade pacata como Lodi, já roubaram a bicicleta da Irene 3 vezes.

Olha, eu não consigo, mesmo, imaginar minha mãe saindo de bike por ai.

3 comentários:

  1. Em primeiro lugar, quem ainda usa polaroide? Eu acho q não vejo uma máquina dessas desde o primeiro ano de faculdade, e a gente já olhava pra ela como uma peça de museu. Não se envergonhe da preguiça de postar, afinal é um sentimento universal. Eu sei que vc tentou vender Lodi pra todos que leem o seu blog, mas pra mim não rolou. Me parece uma cidadezinha do interior muito interessante pra se visitar, mas morar? Acho q não. Eu preciso de SP como SP precisa de mim. Estamos tds ansiosos pra ouvir como foi a viagem a Milão e eu estou particularmente curiosa pra saber como foi Lyon. Quando a preguiça passar e vc tiver um tempinho, volte e conte a história. E continue tirando fotos, que são incríveis, pelo menos as que eu andei vendo até agora.

    Ósculos

    Paula

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  2. Adorei ver você voltando a escrever! Só descubro pintando por aqui e fuçando. Eu tambem adoro suas fotos, e quero ver muitas delas pululando as suas pegadas pela web.
    Você é tão fasntástica quanto as pessoas que te circundam.
    Estou adorando as coisas que vejo.

    Uma porção de beijos
    E a vista atrapaiada

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  3. morphética lilid-bochechuda e gorda por dentro

    há quanto que não te leio e nem consegui ler tudo pq é madrugada e o morfismo me ataca.

    Amei a relaçao do transito que nos identifica como paulistanos, nunca pensei nisso. Faz muito sentido pra mim. Espero que arrase ai no trampo.

    Os italianos imigrados e hoje querem condenar os que ai estão, tão injusto e europeu!

    espero que esteja bem

    vou indo que qdo acordar vou atravessar a cidade até Perdizes.

    bacci

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