domingo, 8 de março de 2009
a vida não pára
Essa é a vida em Oregina, o bairro onde moro em Zena. Essa é a vista da minha varanda, olhando a varanda do vizinho. Essa coisa toda lá no fundo é o porto antigo. Achava que Genova se resumia a essa parte. Mas a verdade é que cada vez que passo pela via Balbi, e já passei por ela trocentas vezes, sempre descubro um novo hotel, uma nova loja, uma nova lanchonete (que aqui se chamam bares). Vou contar-lhes, antes de ter essa mirada da sacada, eu passei por alguns perrengues. Foi um pouco desesperador, cheguei na sexta feira as 16 horas, do dia 13 de fevereiro. Tudo fechado. E eu com 1 euro no bolso.
Foi uma longa história até chegar ao hostel, e os bancos estavam fechados para eu trocar os malditos travelers cheques que o consulado me fez comprar. Ou seja, estava sem dinheiro. Para comprar o bilhete do onibus, uma mulher da recepção da universidade me emprestou 1,20. Depois quando cheguei no hostel, a dona me emprestou 20 euros pra passar o final de semana e devolver na segunda. Mas esses 20 euros foram voando. Também eu tinha acabado de chegar não sabia onde comprar as coisas. Por exemplo, poderia ter ido em um supermercado comprar comida, ao invés de ficar tentando achar algo barato pra comer no hostel. Já tava ficando ultra deprimida, pq para usar internet tinha que pagar 1 euro por 20 minutos. Nao tinha ninguem no meu quarto com 8 camas. Sexta, sábado, domingo. Um porre.
E a segunda chegou. Fui tentar descobrir ONDE trocar os TCs. E fui ver apartamento. E fui me matricular. E fui descobrir onde era o Ccint da universidade. Fiz tudo, mas nao achei lugar que trocasse os TCs SEM TAXA. Morrendo de fome, e tendo uma divida a pagar no dia, vendi minha alma pro banco vampiro que cobrou 10 euros pra trocar 100. imagina como eu tava. Puta. E completamente inconsolável. Quando finalmente achei o Ccint (rodei, rodei, não tinha placa e ficava no 6o andar!), descobri q teria que gastar 80 euros pra ter a permissão de ficar aqui. Ainda com fome, fui buscar a papelada no correio e voltei pra burocracia. A universidade de genova "oferece" um serviço gratuito para que os alunos busquem apartamento. Tal serviço era uma mulher com um word cheio de anuncios desatualizados. Mal sabia eu que ela era doida, não batia bem mesmo. E o desfecho da meia hora que passei do lado dela foi terrivel, bati boca, chorei, ela me xingou, saiu batendo a porta. Tudo pq eu perguntei se era longe o lugar q ela queria q eu fosse. Depois que ela saiu não conseguia mais parar de chorar. As pessoas do lado me ajudaram e terminaram o processo de marcar a visita. Eu voltei pro hostel e...coitado do Raphael, tinha acabado de chegar teve que ouvir.
Depois desse dia, em que não consegui dormir de tanta dor de cabeça, pensava que ia ser uma merda minha estada aqui. Queria voltar no próximo voo. Graças a Deus, após 4 dias, tudo se acalmou. E descobri que essa mulher é uma ex-professora que odeia estar lá. Ela tratou muita gente mal, mas eu não tive paciência. Definitivamente, não foi uma boa recepção.
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Pois é, xuxu. As primeiras descobertas podem ser difíceis. Estar em ambientes novos acaba levando a desencontros e a encontros. Mas as coisas vão e foram se acertando. Estou feliz e tranquil com voce ajeitada por ai!
ResponderExcluirMeu Deus, Li...
ResponderExcluirAcho que se fosse eu, teria realmente voltado!!
Ou matado a mulher...
Mas o importante é que você está bem agora.
Adorei saber como foi o começo... agora você tem que nos contar o resto, especialmente sobre as aulas? Já começaram? Como é???
Saudades!!!
Fica com Deus!!!
Beijos...
Isso é o que eu chamo de perrengue! Ainda bem que ainda existe gente boa no mundo pra emprestar um dinheiro pra uma estranha assim, né? Adorei a vista da sua varanda...
ResponderExcluirPaula
@Priscila: as aulas ja começaram, em breve farei um post só sobre isso. aguarde!
ResponderExcluir@Paula: eu tive muuuuuita sorte pra chegar aqui, uma menininha como eu, precisa de ajuda no minimo pra carregar malas gigantes.